quinta-feira, 18 de junho de 2015

O ENREDO DE TARSILA - UM CASO PRÁTICO.

"Chegaram à Casa de Caridade Umbandista e foram atendidos dentro do respeito e ordem que por lá imperava. Era noite de trabalhos com apometria, nas lides dos atendimentos para distúrbios anímico-obsessivos."                

               
Os pais de Tarsila estavam tensos e naquela semana que antecedia o aniversário dela quase não conseguiam dormir de tão nervosos. A garota completaria dezoito anos e a festa foi preparada com todo o requinte possível. Haviam contratado o serviço mais famoso da cidade para a preparação da festa porque a família era abastada e a jovem uma filha exemplar. E única porque o casal não teve a sorte de gerar mais filhos. Gostariam de três ou quatro porque ambos descendiam de famílias numerosas e não tinham problemas financeiros. Pertenciam a uma classe de empreendedores que de geração em geração aumentava ainda mais o patrimônio inicial. Muitos convidados. Luxo, muito luxo. Vestidos, sapatos, adereços, joias. Decoração do salão. Os comes e bebes preparados no maior capricho. Mas apesar de tudo contratado ambos queriam se certificar de que o evento sairia conforme o planejado.  Fariam ainda uma bela surpresa. Dariam a ela um belíssimo anel de diamantes que estava na família há várias gerações e valia pequena fortuna. Joia rara, guardada em cofres bancários e usada em ocasiões especiais, digna de uma princesa.  Tudo para que ela tivesse o dia mais especial de sua vida.      Tarsila participava da alegria dos pais, porém gostaria de uma pequena recepção somente com os familiares mais próximos e seus amigos que eram poucos. Era tímida e não fazia amigos com facilidade. Introspectiva, passava um ar esnobe para quem não compartilhava de seu circulo mais íntimo. Tudo preparado, todos a postos, nervosismo e expectativa, marcaram a chegada do tão esperado dia. A mansão acordou florida e em festa. E a família envolvida com os acontecimentos participava com alegria genuína, de vez que Tarsila era amada por todos, com seu jeitinho carinhoso e comedido. Intenso ao demonstrar afeto pelas pessoas que a cercavam.

                A noite chegou e a festa estava linda. Os convidados elegantemente vestidos. Tudo primava pela beleza e bom gosto. O conjunto contratado para a ocasião iniciou com as músicas escolhidas a dedo e eram tão envolventes que os pares logo ocuparam a pista de danças, languidamente abraçados. Os ritmos se alternavam, ora modernos de acordo com o gosto da juventude, ora mais românticos, para que as oportunidades de dançar estivessem ao alcance de todos. Tarsila se divertia com os amigos e parentes, porém seu entusiasmo não era grande. Sentia falta de algo ou alguém que não saberia precisar. Uma tristeza indefinida que sufocava seu peito a ponto de não conter os suspiros que brotavam sem controle. Ela por momentos pensou ter divisado em meio aos casais que rodopiavam no salão um rosto conhecido. Foi até lá e não encontrou ninguém que se assemelhasse. Aliás, não se lembrava de nenhum convidado com tais características. Seu coração bateu mais forte. Seria alguém das relações comerciais do pai? Iria investigar. Porém perdera o entusiasmo e a festa para ela podia acabar naquele mesmo instante. Ardia de curiosidade. Quem seria?  
         
                No dia seguinte tentou descobrir junto aos amigos, poderia ser irmão de algum dos convidados, quem sabe o pai conhecia. Mas ninguém sabia quem era. E ela depois de muito perguntar ficou aturdida, sem saber a quem recorrer. Os pais perceberam a tristeza que brotou na jovem, mas não conseguiam arrancar uma palavra que fosse para poder ajuda-la.  Não descobriram nada.  O tempo passou e a melancolia aumentou a olhos vistos. Suspiros e mais suspiros pelos corredores da mansão. Olhos lacrimosos, noites mal dormidas. Até o momento em que não sabendo mais o que fazer, resolveram apelar para o desconhecido, por indicação de uma antiga babá, que se afeiçoara a família e ainda trabalhava com eles.  A princípio não aceitaram por entender que era coisa de gente ignorante. Mas como não viam resultado nos tratamentos a que Tarsila se submetia, resolveram disfarçadamente procurar a tal casa. Roupas e sapatos mais humildes, sem maquiagem, sem joias, para não chamar atenção. Foram de táxi para não despertar interesse com os carros importados que normalmente usavam. Dispensaram até o motorista da família. Somente a babá foi com eles. Discrição acima de qualquer suspeita, foi o combinado entre eles.

                Chegaram à Casa de Caridade Umbandista e foram atendidos dentro do respeito e ordem que por lá imperava. Era noite de trabalhos com apometria, nas lides dos atendimentos para distúrbios anímico-obsessivos. E participaram das entrevistas, palestras, passes e o caso de Tarsila foi selecionado. Deveriam aguardar no salão principal até serem chamados. Estavam impacientes e parecia que naquele recinto o tempo não passava. Até que chegou a vez dela. Ficou sentada em meio a um grupo de médiuns. A mãe rezava e pensava: que Deus nos guarde e ampare. O que estamos fazendo aqui? 

                Questionada sobre o motivo pelo qual buscava atendimento, Tarsila explicou entre choro convulsivo e olheiras profundas a razão de estar ali:
                - Quero morrer para encontrar o grande amor da minha vida. Ficar com ele por toda a eternidade. É o anjo destinado a mim. E a única solução para nós é a minha morte. Nada mais me interessa. Inclusive durante a noite nos encontramos e compartilhamos do sexo que nos completa e estreita cada vez mais nossos laços.

                Assim esclarecido, iniciou-se o atendimento verificando-se que o tal anjo nada tinha de anjo, era um ser umbralino, desafeto de seu pai, que apareceu por sintonia vibratória e envolveu a mesma por vingança. Pretendia leva-la ao suicídio e assim consumar seus sórdidos propósitos de fazer justiça. A criatura foi percebida pelos médiuns e compreende-se que mesmo sendo portadora de faculdade mediúnica, o tal ser não se mostrava para ela para não ser desmascarado. O tratamento a que se submeteu com o comprometimento dos pais, serviu para restaurar suas forças e prepara-la para o futuro, quando então deveria encarar a mediunidade como parte de sua trajetória. Todos engajados, comparecendo a todas as etapas, foi marcado novo atendimento e nesse dia mais fortalecida, teve a graça de através de um relance visualizar o ser que se dizia um anjo e seu amor eterno. Nesta oportunidade recebeu explicações de que se consumasse o ato do suicídio e aquele ser fosse realmente um anjo ou uma entidade mais elevada que ela, não poderia ficar junto dele, pois que seria imediatamente atraída para um vale de dor, onde ficam aqueles que atentam contra a vida. Poderia também amargar nas cidadelas umbralinas sob o jugo de entidades malfeitoras até apresentar condições para receber socorro, o que poderia levar séculos. Refeita do susto e decidida a não se deixar envolver em outra cilada tomou o rumo do estudo e da educação para aprender a lidar com as tarefas espirituais.

                Um novo tempo, uma pausa nas provações para acumular forças e a pequena família recomeçou com mais segurança a tocar a vida. Agora frequentavam com regularidade a Casa de Caridade. Tímidos ainda e com passos vacilantes, porém resolutos em trilhar o novo caminho. Preparando-se ambos para daqui alguns anos receber este ser como filho e neto querido, derrubando assim as barreiras do ódio, fortalecendo laços através do amor e do carinho. Conquistando a serenidade e agregando valores morais e crísticos em suas vidas.

Lizete Iria

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                              A PEDINTE

01 - APEGO AOS BENS MATERIAIS.

Manhã fria de rigoroso inverno. Quitéria, menina de oito anos de idade, abandonada pelos pais, ignorada pela sociedade, atormentada pelo frio e pela fome, mendigava à porta de tradicional colégio de aristocrático bairro da cidade.

Poucos notavam-lhe a presença, ninguém se compadecia de sua desventura.

Bem nutrido, ricas roupas de lã, acompanhado por um senhor de semblante austero, Audálio desceu de luxuoso carro importado, num gritante contraste com a pobre aparência da magricela Quitéria.
Estavam ali, frente a frente, a opulência e a miséria.

Cruzaram-se os olhares de Audálio e de Quitéria que, triste, mãos estendidas, suplicou:

- Piedade, tenho fome e frio!

Com um gesto brusco, o Sr. Alcântara impediu Audálio de entregar à faminta o seu lanche.

- Pai, eu estou alimentado, ela tem fome. Deixe-me socorrê-la.
- Não. Não nos devemos imiscuir com esse tipo de gente. A responsabilidade é do governo, para isso pago pesados impostos.

- Ela tem frio, permita-me ao menos cobri-la com meu casaco.
- Nunca! Seu casaco custou-me trezentos e cinqüenta reais! Quer jogá-lo fora? Quer porventura arruinar-me com suas penas desmedidas? Ademais, sem ele, você poderia apanhar um resfriado. Entre imediatamente.

Após reiteradas recomendações ao diretor da escola para não permitir a Audálio transpor o portão do colégio em momento algum, Alcântara saiu em disparada, indiferente ao sofrimento da menina, preocupado somente com os milhões que lucraria no negócio a ser consumado naquela manhã.

Audálio, porém, armou um plano para fazer chegar sua merenda às mãos de Quitéria. 
A coleguinha Júlia seria a intermediária; o porteiro, o cúmplice. Tudo combinado, o esquema foi posto em execução.

Estava escrito, o infortúnio visitaria a alma do pequeno Audálio. 
Na hora do recreio, duas notícias vieram magoar aquele coração sensível. Quitéria, resignadamente, partira do mundo material antes de receber o alimento salvador; seu pai, vitimado por acidente de trânsito, falecera blasfemando em lastimoso estado de revolta.

Passados alguns meses, certa noite, Audálio sonhou que entrava no paraíso. 
Recebido por Quitéria que parecia radiante, emoldurada por suave iuz azulada, comentou:

- Fico alegre por vê-la sem as marcas da adversidade, tão bela, tão feliz, contudo, preocupo-me com meu pai. Onde e como estará seu espírito?

- Meu bom amigo, por isso mesmo, você foi chamado a vir ao meu encontro. 
Seu pai padece no umbroso vale dos desesperados a dor daqueles que se descuraram dos deveres cristãos, levado pela vaidade e ambição sem limite.

- O que posso fazer para salvá-lo?

- Precisamos ajudá-lo. Pedi e foi-me concedida a oportunidade de, em breve, reencarnar. 
Do nosso consórcio, nascerá o Sr. Alcântara, filho que amaremos e a quem conduziremos pela trilha do reajustamento espiritual. Aceita?

Sim, tudo farei por meu pai. Além do mais, unir-me a você pelo matrimônio é uma dádiva divina! Amei-a à primeira vista, parece inexplicável!

Oh! Que tolice achar inexplicável o seu súbito sentimento! 
É muito natural que tenha ocorrido, pois, há séculos, estamos ligados por um afeto fraternal, em múltiplas reencarnações. Na verdade, houve apenas um reencontro.

Audálio despertou em pranto. 

Não se lembrava detalhadamente do sonho; sabia, entretanto, que se encontrara com a pedinte da porta do colégio. que seu pai recebera o perdão incondicional daquela menina que, na Terra, vira apenas uma vez e, mesmo assim, a amou profundamente e que um pacto de amor havia sido selado sob a égide do Senhor.

Ela voltaria, ele esperaria. 

Assim, Audálio sentia manifestar-se a sabedoria e bondade de Deus.
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Autor Desconhecido

"Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir sempre, tal 頡 lei"
Allan Kardec.

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